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Blades of Fire traz mundo fascinante perdido na frustração 4u4l2f

Entre beleza visual e frustrações mecânicas, o novo jogo da MercurySteam corta menos do que deveria 5w533w

28 mai 2025 - 14h53
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Blades of Fire traz mundo fascinante perdido na frustração
Blades of Fire traz mundo fascinante perdido na frustração
Foto: Reprodução/MercurySteam

Fundado em 2002, o estúdio espanhol MercurySteam ficou conhecido por seu trabalho em franquias como Castlevania: Lords of Shadow e Metroid da Nintendo, e exatamente por isso seu novo jogo de ação e fantasia, Blades of Fire, ganhou a minha atenção quando foi anunciado. 724e5x

Com inspirações na série God of War e com elementos implacáveis de jogos soulslike, o título certamente é uma aposta ousada e bem diferente de seus projetos anteriores, com enfoque na habilidade de forjar uma grande variedade de armas para avançar na narrativa.

Infelizmente, apesar de ter seus momentos de brilho, já aviso que é um jogo que não vai agradar a todos. Confira mais detalhes a seguir aqui no Game On.

Forja dos deuses 2p6u51

Há muito tempo, uma civilização ancestral e extinta conhecida como os Forjadores criou a humanidade e presenteou-a com o conhecimento do uso do aço para criar armas - um dom que moldaria eras de guerra e progresso. No entanto, sob o reinado tirânico da Rainha Nerea, esse legado tornou-se uma maldição. Usando feitiçaria obscura, Nerea amaldiçoou o aço em todo o mundo, com exceção do seu exército, transformando as armas de seus inimigos em pedra, tornando-os inúteis contra suas forças.

É nesse mundo mergulhado em desespero que surge Aran de Lira, um guerreiro solitário agraciado com um martelo sagrado, uma relíquia dos próprios Forjadores. Com ele, Aran é capaz de forjar suas próprias armas, uma vantagem rara em um mundo onde o aço se tornou inútil. Movido por um objetivo implacável, ele parte em uma jornada para alcançar o Palácio Real e derrotar a Rainha com suas próprias mãos.

Ao seu lado está Adso de Zelk, um jovem monge estudioso que assume o papel de cronista da missão, registrando cada o dessa cruzada entre aço, ruína e redenção.

Infelizmente, apesar de uma introdução promissora e de um protagonista que desperta nossa curiosidade, a narrativa rapidamente se perde em uma trama que se estende além do necessário, com reviravoltas vazias e chefes adicionais que surgem do nada, que parecem estar ali apenas para prolongar artificialmente a história.

Visualmente estonteante 341z3w

Blades of Fire entrega uma jornada visualmente impactante
Blades of Fire entrega uma jornada visualmente impactante
Foto: Reprodução

Numa coisa a MercurySteam acertou: Blades of Fire entrega uma jornada visualmente impactante. Logo de início, o jogo impressiona com uma belíssima direção de arte, com animações fluídas e um mundo de fantasia que transborda personalidade, com cenários e inimigos caprichados dignos de elogios.

O impacto visual é reforçado por um sistema de combate que, em termos de sensação, funciona bem: cada golpe transmite peso, mesmo os mais simples. Embora traga mecânicas típicas dos jogos de ação, como checkpoints em forma de fogueiras e gerenciamento de estamina e bloqueios, Blades of Fire busca se diferenciar. 

Um dos elementos mais curiosos está no combate: quatro botões de ataque, cada um focado em uma parte do corpo do inimigo (cabeça, braços e tronco). Inimigos destacam suas fraquezas por cores, o que exige análise e troca de armas constantes para maximizar a eficácia dos golpes.

É um sistema interessante, com potencial para criar confrontos estratégicos, já que precisamos analisar qual arma usar e onde bater. Mas ele leva algum tempo para se acostumar e vem com um custo.

Sistemas mais atrapalham do que ajudam 1443t

Gameplay é focado na coleta de itens e na fabricação de armas para o protagonista
Gameplay é focado na coleta de itens e na fabricação de armas para o protagonista
Foto: Reprodução

As armas, além de específicas para certas fraquezas, quebram. E recriá-las não é uma tarefa simples: envolve coletar os materiais necessários e um minigame demorado e repetitivo (se você construí-la com sucesso, é possível pular o minigame). Assim, toda vez que uma arma se quebra ou se perde em combate ao morrer, é necessário repetir o mesmo ritual entediante.

O problema é que para conseguir materiais para as armas, precisamos matar inimigos, e enfrentar os variados tipos de monstros (alguns bem difíceis) só deixa suas armas mais perto da destruição e da morte - muitas vezes, ao morrer, eu apenas corria pelo mapa, desviando dos inimigos, apenas para salvar minhas espadas favoritas. O resultado é um ciclo onde lutar enfraquece suas armas e, paradoxalmente, prejudica sua própria evolução. E isso mina o ritmo, e a frustração vai se acumulando com o tempo.

Depois de um início linear, o jogo te solta em um mapa vasto e lindíssimo, mas também confuso e mal sinalizado. A navegação é caótica e o mapa raramente ajuda. Frequentemente, fiquei correndo em círculos, evitando combates para poupar recursos e tentando adivinhar onde há uma porta, uma escada, ou qualquer caminho escondido. Também não ajuda o jogo apresentar um nível de dificuldade relativamente alto, mesmo nas configurações mais fáceis.

Apesar de mapas vastos e lindíssimos, também são confusos e caóticos
Apesar de mapas vastos e lindíssimos, também são confusos e caóticos
Foto: Reprodução

Depois de um tempo jogando, descobri que é possível ativar uma opção para exibir o objetivo atual no mapa e na bússola, o que me ajudou a seguir um caminho narrativo. Porém, essa opção precisa ser ativada manualmente toda vez que você alcança um objetivo, e não é um recurso constante. 

Mas a minha paciência se esgotou mesmo em uma missão de escolta de um NPC, onde precisava carregar uma criança barulhenta, que atraia a atenção de inimigos casca grossa que a sequestravam. Ao acontecer isso, era necessário voltar na fase um tempo considerável até encontrá-la, e se você morresse no processo, teria um problema duplicado, pois na próxima partida, precisava andar um bom trajeto para recuperar a criança e a arma. Esses momentos não são tensos ou envolventes; são, simplesmente, exaustivos. E não são poucos.

Além de alívio cômico, Adson registra informações valiosas sobre o universo de Blades of Fire
Além de alívio cômico, Adson registra informações valiosas sobre o universo de Blades of Fire
Foto: Reprodução

Apesar de tudo isso, Blades of Fire tem os seus méritos. O mundo construído pela MercurySteam é riquíssimo em ambientação e criaturas com designs criativos e imponentes. Os visuais são constantemente impressionantes e alguns momentos épicos com monstros gigantes e vistas magníficas são dignos da tradição da desenvolvedora.

Destaco também a bela trilha sonora orquestrada, composta por Óscar Araujo, que trabalhou na série Castlevania, apresentando alguns temas épicos que se encaixam muito bem na atmosfera do jogo e dos personagens, que contam com uma boa dublagem em inglês (curiosamente com sotaques britânicos). 

A localização dos textos, menus e legendas estão disponíveis em português brasileiro, o que facilita, e muito, navegar pelos menus para fabricação de armas ou ainda para ler as (longas) crônicas de Adso sobre o universo do jogo, personagens e monstros.

Considerações 3w1p2s

Blades of Fire - Nota 6,5
Blades of Fire - Nota 6,5
Foto: Divulgação / Game On

Blades of Fire é um jogo que tem muitos méritos. É visualmente deslumbrante, seu sistema de combate é criativo e ousado, e a ideia de combinar exploração e estratégia tinha tudo para funcionar. Infelizmente, a soma de pequenos incômodos, decisões equivocadas e designs mal elaborados, transformam o que poderia ser uma experiência memorável em uma jornada de frustração e desgaste constante. Jogadores fãs de soulslike e de aventuras difíceis podem encontrar nele uma boa diversão, caso contrário, talvez seja melhor manter o fogo dessa forja apagado.

Blades of Fire está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia gentilmente cedida pela 505 Games.

Fonte: Game On
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