Script = https://s1.trrsf.com/update-1747831508/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

O que é o Dia da Mulher para uma favelada que faz aniversário em 8 de março? 3e305

Moradora de Vigário Geral, preta, mãe solteira, ela completa 44 anos e reflete sobre significado periférico da data 3xj1m

8 mar 2025 - 08h13
Compartilhar
Exibir comentários
Resumo
Mônica Xavier de Oliveira, rapper, empreendedora social e mãe solteira, fala sobre como é lutar pelos direitos das mulheres nas periferias, destacando as dificuldades e a importância do empreendedorismo feminino no Dia Internacional da Mulher.
Entre as atividades de Mônica Xavier está a colaboração para a Agência de Notícias das Favelas (ANF), há 12 anos.
Entre as atividades de Mônica Xavier está a colaboração para a Agência de Notícias das Favelas (ANF), há 12 anos.
Foto: Arquivo pessoal

Mônica Xavier de Oliveira nasceu em 1981, exatamente no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, que havia sido instituído seis anos antes pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com a separação dos pais, foi pequena para Vigário Geral, zona norte do Rio de Janeiro – o complexo tem seis favelas, ela mora na região da Praça 2. 594y60

ou pelo Afroreggae na adolescência, é rapper, empreendedora social e tem um casal de filhos. Malcon, 14 anos, é campeão da Olimpíada de Matemática, e Aysha, 19 anos, é estudante de Engenharia Mecânica no Centro Federal de Educação Tecnológica.

Evangélica, Mônica é envolvida em inúmeros projetos, sobretudo de empreendedorismo. Faz parte do comitê gestor do Cais do Valongo, o sítio arqueológico mais importante da diáspora negra no Brasil. A biografia é longa.

Com 21 anos, foi uma das protagonistas do documentário Fala Tu, premiado filme sobre favelas. E vem reciclando sua vida. Fez parte do grupo de rap Negaativa, que acabou porque uma das integrantes sofreu feminicídio. “Esse é o fim de muitas mulheres periféricas”, diz.

A tragédia deu início ao programa de empreendedorismo DAMAS, que significa Dedicadas a Movimentar Ações Sustentáveis. Ela é fonte para diversas pautas, mas hoje fala da data de dupla comemoração do ponto de vista de uma mulher preta, favelada e mãe solteira.

À esquerda, Mônica, com Ubiraci Pataxó, ativista, e Lenilda Campos, diretora da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro.
À esquerda, Mônica, com Ubiraci Pataxó, ativista, e Lenilda Campos, diretora da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro.
Foto: Arquivo pessoal

Como é fazer aniversário no Dia Internacional da Mulher? 5f4a60

Sempre foi um dia que, desde pequena, eu dava parabéns também para outras mulheres iguais a mim. Eu nunca me senti sozinha nessa data.

O que significa o Dia Internacional das Mulheres? 4x22c

Na visão de uma mulher periférica, eu vejo o 8 de março como oportunidade para falar de mulheres que fazem as periferias serem diferentes. Mulheres que estão aí na luta pelos seus direitos, pela autonomia das outras mulheres pobres.

O Dia Internacional das Mulheres é igual para todas? 3j5d3x

É muito fácil comemorar o 8 de março sendo mulher branca, tendo uma vida estável, condição financeira, física e emocional. É muito fácil falar desse 8 de março que não chega na periferia.

Casal de filhos Aysha, estudante de Engenharia Mecânica em uma instituição federal, e Malcon, campeão de Matemática.
Casal de filhos Aysha, estudante de Engenharia Mecânica em uma instituição federal, e Malcon, campeão de Matemática.
Foto: Arquivo pessoal

Quais conexões você faz entre o Dia da Mulher e as periferias? 576u5j

Essa data vem de uma tragédia em que mulheres são mortas, mas as mulheres das periferias, do Rio de Janeiro, continuam sendo mortas, o número de feminicídios não para de crescer. A violência contra as famílias, principalmente a violência policial, é muito grande. São as mães, mulheres pobres, em sua maioria, que estão nas filas dos presídios para visitar seus filhos, seus companheiros. São essas mulheres que estão lutando para seus filhos permanecerem na escola.

Você é uma defensora do empreendedorismo feminino? 40355j

É parte da luta para manter a dignidade das famílias. Mulheres empreendem noite e dia para ter o que comer, para ter condições de melhores moradias, são mulheres que estão vivendo situações adversas, mas não param de batalhar por um dia melhor, não param de ser criativas, não param de gerar soluções em um ambiente desafiador, que é o ambiente da periferia.

O que é novo nas mudanças promovidas pelas mulheres periféricas? 2p625h

Elas estão falando das questões climáticas, são mulheres que estão à frente dessa revolução silenciada que as periferias estão ditando. São com esses elementos de garra, empreendedorismo, luta pelo meio ambiente, que a gente pode falar de um 8 de março na visão de uma mulher preta, pobre, favelada, e, no meu caso, mãe solteira, que tinha tudo para dar errado, mas que faz o Brasil acontecer.

Fonte: Visão do Corre
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade