2025 já bateu o recorde de leis contra o funk, mostra levantamento 43y5l
Rio de Janeiro lidera propostas que criminalizam o estilo musical, que estaria associado ao tráfico e outros crimes 5r5k56
A onda de leis anti-Oruam se espalha pelo país e legislativos municipais, estaduais e federal se ocupam com leis que punem o estilo musical preto e favelado. As justificativas são parecidas: apologia ao crime, sexualização e desordem.
A maioria dos projetos de lei contra o funk foram propostos em 2025, mostra levantamento da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial, que atua na Baixada Fluminense. São 63 propostas legislativas municipais, estaduais e federais nos primeiros cinco meses deste ano. 6k4c3c
O número representa quase metade da série histórica, que mapeou 130 projetos desde 2002. O primeiro grande aumento aconteceu em 2019, mas nada supera o salto deste ano, em geral relacionando o funk com apologia ao tráfico de drogas e sexualização de crianças e adolescentes.
As propostas legislativas pedem a proibição de financiamento público para atividades que envolvam funkeiros, além de articular o funk com um debate de apologia ao terrorismo, crimes hediondos e grupos extremistas.
Quatro partidos propam metade das leis 4z3d1z
Apenas cinco estados são responsáveis por metade da produção legislativa: Rio de Janeiro (14%), Paraná (10%), São Paulo e Pernambuco (9%) e Amazonas (7%). O Partido Liberal, União Brasil, Republicanos e Progressistas são os que mais protocolam projetos para criminalizar o funk: são responsáveis por 40% das propostas.
Um exemplo da linha de transmissão do mesmo posicionamento político pode ser observado em São Paulo: o prefeito Ricardo Nunes (MDB) quer acabar com os bailes funk. Tem como aliada a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), que apresentou projeto contra o estilo periférico, reapresentado na Câmara dos Deputados por Kim Kataguiri, do mesmo partido da vereadora.
Em nível federal, foram 48 projetos na Câmara de Deputados e 6 no Senado. O mesmo perfil partidário estadual se mantém em Brasília, com Partido Liberal e União Brasil liderando a formulação das propostas de criminalização do funk.