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Cafu, 55 anos: como está seu time no Jardim Irene, imortalizado na camiseta do penta? 2q2e6d

Visitamos o campo do Guarani, time do coração de Cafu, e conversamos com os parças da quebrada, na zona sul de São Paulo 2o283

7 jun 2025 - 04h59
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Resumo
Moradores do Jardim Irene construíram o campo do Guarani, onde Cafu começou, nos anos 1980. Vieram conquistas do time e de suas crias, especialmente o penta. Sobre um próximo título da seleção, agora com Ancelotti, “não tem outra solução a não ser as grandes vitórias e os grandes resultados”, diz Cafu.
Ao levantar a taça do penta, Cafu fez duas surpresas: subiu no púlpito e mostrou o nome da sua quebrada para o mundo, o Jardim Irene.
Ao levantar a taça do penta, Cafu fez duas surpresas: subiu no púlpito e mostrou o nome da sua quebrada para o mundo, o Jardim Irene.
Foto: Olympics.com

Cafu completa 55 anos em 7 de junho de 2025 com pelo menos mais um aniversário a comemorar no mês: a conquista do pentacampeonato mundial de futebol, todo dia 30. O capitão da seleção levantou a taça com “100% Jardim Irene” escrito na camiseta, homenageando sua quebrada. Neste aniversário, fomos visitar o campo e o time em que Cafu começou. 5k2d14

“Quando ele jogava aqui, nos anos 80, o Jardim Irene era um lugar muito precário. Não tinha saneamento básico, era uma região perigosa, com muita violência. Mesmo assim, ele correu atrás. Ia treinar pegando carona nos ônibus, pulando pela porta de trás”, lembra Dário Alves dos Santos, 45 anos, técnico do Guarani.

Cafu com a camisa 8 do Guarani, no início da carreira, no campo do Jardim Irene, quebrada que ele imortalizaria no penta.
Cafu com a camisa 8 do Guarani, no início da carreira, no campo do Jardim Irene, quebrada que ele imortalizaria no penta.
Foto: Arquivo pessoal

João de Ilda, figura histórica do Jardim Irene, lembra como a comunidade foi estruturando o campo de futebol de terra no início dos anos 1980. “Não tinha arquibancada, não era asfaltado, e a água do córrego descia do escadão ao lado e cortava o campo. Tivemos que nos unir e começar a fazer valetas para a água escorrer”, lembra de Ilda.

“Se chovesse no meio da semana, o que a gente fazia? No sábado, reunia a galera e vinha arrumar o campo para, no domingo, poder jogar uma bolinha”, conta o morador. Com o tempo e o trabalho social de Cafu, empresas colocaram grama sintética e cercaram o campo, que a comunidade chama, naturalmente, de “campo do Cafu”.

Leandro de Souza Silva aos 10 anos, com uniforme no campo do Guarani. Hoje tem 41 anos e joga na categoria 35+ do time.
Leandro de Souza Silva aos 10 anos, com uniforme no campo do Guarani. Hoje tem 41 anos e joga na categoria 35+ do time.
Foto: Arquivo pessoal

Guarani, um time vencedor 21353c

O primeiro time de Cafu na quebrada foi o Juventude, extinto. O segundo, com o qual mais se identifica, é o União Social Esportiva Guarani, fundado em 1985. Cafu tinha 15 anos. Um momento decisivo da trajetória do time acontece em 1992, na fusão com outro time do Jardim Irene, o Marciano.

Tinham acabado de ganhar a Copa Santo Amaro, campeonato juvenil. “Ninguém acreditava, mas vencemos o Juventus por três a um na final, de virada, com um time de base. Aquilo foi inesquecível”, lembra João Marcolino de Menezes, presidente da Associação Internacional de Interesse a Humanidade, fundada no Jardim Irene um ano antes do Guarani.

Entre as conquistas recentes conta-se a Copa Base Vem Forte (2020), Copa Parque Fernanda de Veteranos (2022), vice-campeão da Copa Mutirão (2025). Neste momento, estão nas quartas de final da Copa do Sabão sub-17.

João de Ilda, Gilmar, Uoshington e Sérgio: parças do Jardim Irene. De camiseta vermelha, o irmão de Cafu, Marcelo.
João de Ilda, Gilmar, Uoshington e Sérgio: parças do Jardim Irene. De camiseta vermelha, o irmão de Cafu, Marcelo.
Foto: Arquivo pessoal

Outro time da quebrada, o Complexo Jardim Irene, ficou em terceiro lugar na Taça das Favelas em São Paulo, em 2023. Caíram semifinal, nos pênaltis. Foram longe e deram orgulho. “É esse tipo de conquista que mostra a força da nossa comunidade”, diz Marcolino.

Para Cafu, só outra Copa traz de volta o amor à seleção 45z5m

Uoshington Luis Costa de Lana, 55 anos, presidente do Guarani, jogou com Cafu e comemora a conquista Complexo Jardim Irene. “Fico muito feliz de ver que os meninos deram prosseguimento a um projeto que acreditei. A Taça das Favelas foi uma conquista, mas iremos seguir em frente na disputa, neste e nos próximos anos”, garante o presidente.

Por falar em atualidade, o que os envolvidos com o futebol no Jardim Irene pensam dos rumos da modalidade? “Ficou tudo mais distante. Mas aqui, na quebrada, a inspiração continua”, garante Menezes. E o próprio Cafu, o que pensa? Perguntado sobre a seleção, ele é taxativo.

Cafu jogando no time do rapper Dexter. Ambos amam futebol e têm envolvimento com causas sociais.
Cafu jogando no time do rapper Dexter. Ambos amam futebol e têm envolvimento com causas sociais.
Foto: Divulgação

“Não tem outra solução a não ser as grandes vitórias e os grandes resultados. Eu acho que só isso traz o povo de volta e nos faz acreditar no trabalho da seleção”, crava Cafu.

Onde fica o Jardim Irene? 515u12

Cafu nasceu em Itaquaquecetuba, ou Itaquá, cidade nos limites da zona leste de São Paulo, mas foi criado do outro lado da capital, no Jardim Irene, zona sul. “Somos filhos desse lugar, todo mundo acompanhou a caminhada do Cafu, desde o começo”, diz Marcelo Evangelista de Moraes, irmão do capitão do penta.

A quebrada fica no extremo sul de São Paulo, na divisa com Embu das Artes. A ligação entre os territórios é tão forte que o símbolo do Guarani, fundado em 1981, traz inscrito “Jardim Irene” e “Embu das Artes”.

Campo do Guarani no Jardim Irene, na divisa entre a zona sul da capita paulista e Embu das Artes, na Grande São Paulo.
Campo do Guarani no Jardim Irene, na divisa entre a zona sul da capita paulista e Embu das Artes, na Grande São Paulo.
Foto: Divulgação

Os locais são separados pelo córrego Pirajussara, onde Cafu nadava na infância, antes do esgoto tomar conta. As ocupações que deram origem ao Jardim Irene foram regularizadas em 2004.

“Hoje o bairro evoluiu bastante, graças a Deus, mas ainda temos muito a fazer”, diz o técnico do sub-17 do Guarani.

Fonte: Visão do Corre
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