Farol Santander inaugura exposição em homenagem ao circo 11656d
Espaços interativos e um vídeo raro são os destaques da mostra [...] 4v6y4p
Até os modernistas dos famosos encontros literários dos anos 1920 eram fãs de circo e, uma feita, a turma toda organizou um almoço no Mappin, no centro de São Paulo, onde o Clube de Antropofagia "almoçaria" o palhaço Piolin, na quarta-feira de Cinzas. 1c1q5z
Essa e outras histórias podem ser vistas na exposição 'O Circo no Brasil', aberta nesta sexta-feira, 23 de maio, no Farol Santander São Paulo.
"A exposição convida o público a mergulhar nesse universo mágico. Nela, são redescobertas as raízes ancestrais do circo e o espírito familiar e itinerante que o move, além da celebração da riqueza dessa arte no país", descreve a curadora Diana Malzoni.
De forma lúdica e interativa, o público da exposição é conduzido por um percurso sensorial com fotografias, vídeos, objetos históricos, maquetes e instalação holográfica, destacando a força simbólica e estética do circo ao longo dos séculos.
Assim como lembra Maitê Leite, vice-presidente Executiva Institucional do Santander Brasil, o circo chegou ao Brasil no século XIX e, "com o tempo, ganhou sotaque, alma brasileira e personagens inesquecíveis".
E um deles é o palhaço Piolin, personagem de Abelardo Pinto (1897 - 1973) que é celebrado na exposição com o filme histórico "Sua Majestade Piolin", dirigido por Suzana Amaral, em 1971. Essa raridade cinematográfica resgata a memória e a importância do artista, o "caricaturista perfeito do gesto", nas palavras da pintora Tarsila do Amaral, uma das iradores de Piolin.
A exposição 'O Circo no Brasil' acontece no 23º andar do Farol Santander, no centro de São Paulo, onde o espaço Pano de Roda convida os visitantes a entrar em cena e refletir sobre o papel do palhaço como espelho da humanidade, numa homenagem a quatro grandes nomes da palhaçaria nacional: Piolin, Picolino, Arrelia e Torresmo, cujas trajetórias no picadeiro e na televisão se confundem com a própria história do circo no Brasil.
No espaço interativo, os visitantes experimentam as sensações de estar sob o picadeiro, em estações com mágicas, números de fakir, malabarismo e equilíbrio, que simulam o desafio e a beleza desses números clássicos. Um diorama cenográfico completa a ambientação, tornando a experiência ível e imersiva para todas as idades.
O local abriga também um camarim cenográfico, que apresenta figurinos, espelhos e adereços utilizados pelos artistas, revelando os detalhes e a preparação por trás do espetáculo.
No mesmo andar, é possível ver uma instalação holográfica com performances de artistas circenses contemporâneos, que leva o picadeiro para dentro da exposição com a magia de números poéticos e ousados.
Mais circo 3v462
No 22º andar, as palhaças Emily e Manela narram, num vídeo animado, a trajetória do circo desde suas raízes até a sua reinvenção contemporânea, além de maquetes que explicam em detalhes a arquitetura nômade circense e as soluções criativas para a montagem dos espetáculos em movimento.
O acervo conta também a história do circo-teatro brasileiro, marcado por artistas como Benjamin de Oliveira, primeiro palhaço negro do Brasil, e Antenor Pimenta, pioneiro da cenografia e dos efeitos especiais, criador do Gran Circus Rosário.
Além da experiência interativa, a mostra apresenta um conjunto de 20 obras que exploram o imaginário circense por meio da pintura, fotografia e escultura, em trabalhos de diferentes épocas e linguagens, além de trabalhos pertencentes à coleção da curadora Diana Malzoni e Fabio Francisco.
SERVIÇO
'O Circo no Brasil'
De 23 de maio a 24 de agosto de 2025, no Farol Santander (Rua João Brícola, 24 - Centro
De terça a domingo, das 9h às 20h
Ingressos: R$ 45,00 (R$ 22,50, meia-entrada)