Nova tatuagem pode 'ler' mente e detectar sobrecarga mental; entenda 1482p

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (29) revelou uma inovação surpreendente: uma tatuagem eletrônica, sem fio e não permanente, capaz de ler ondas cerebrais e medir o esforço mental. Aplicada diretamente na testa, a tecnologia consegue monitorar o equilíbrio da carga cognitiva, ajudando a identificar quando o cérebro está próximo do seu limite. h4t3n

Desenvolvida pela Universidade do Texas em Austin (UT Austin), a novidade publicada na revista Device promete beneficiar profissionais que lidam com altos níveis de estresse e precisam manter a concentração, como motoristas de caminhão e controladores de tráfego aéreo. "Nossa capacidade cerebral não consegue acompanhar o ritmo acelerado da tecnologia e pode facilmente ficar sobrecarregada", explicou Nanshu Lu, autor do estudo da UT Austin. "Existe uma carga de trabalho mental ideal para cada pessoa."

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De acordo com os pesquisadores, o dispositivo ajuda a manter o cérebro na chamada "zona cachinhos dourados", termo usado para descrever o equilíbrio perfeito entre não estar sobrecarregado nem entediado, que seria a condição ideal para o desempenho cognitivo.

Atualmente, o monitoramento do desgaste mental é feito por meio do Índice de Carga de Tarefas da NASA, que nada mais é do que um questionário longo e subjetivo. A tatuagem inteligente surge como uma solução prática e precisa.

Nos testes, seis voluntários utilizaram o dispositivo enquanto realizavam um desafio de memória, que ia ficando mais complexo. Conforme o esforço mental aumentava, as ondas teta e delta ficavam mais ativas, indicando que o cérebro estava sobrecarregado. Já as ondas alfa e beta caíam, indicando sinais claros de fadiga. A grande surpresa foi que, além de detectar, a tatuagem conseguiu prever quando o cérebro começaria a falhar.

O segredo está em um modelo de inteligência artificial treinado para interpretar os sinais captados. "Medimos as características faciais dos participantes para criar sensores personalizados, que se adaptam perfeitamente à pele e garantem precisão nos dados", detalhou Lu.

Além de inovadora, a tecnologia é ível. Enquanto equipamentos tradicionais de EEG podem custar mais de US$ 15 mil, a e-tattoo sai por cerca de US$ 200, e cada sensor descartável custa apenas US$ 20. "Nosso objetivo é que as pessoas possam usar em casa", afirmou Luis Sentis, coautor do projeto.

A proposta é revolucionar a forma como as empresas cuidam da saúde dos funcionários. "Sempre monitoramos lesões físicas no trabalho. Agora também podemos acompanhar o desgaste mental — e isso muda tudo", reforçou Sentis.