'É bem possível que a humanidade esteja mais estúpida desde 2015', diz autor de 'Geração Ansiosa' 6n2665
Jonathan Haidt, pesquisador americano, alerta que não apenas as crianças e os adolescentes sofrem fortemente com o impacto das novas tecnologias 4v4x6s
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Uma década de estupidez acumulada. Na avaliação de Jonathan Haidt, autor de A Geração Ansiosa, best-seller mundial, o avanço das tecnologias contribuiu para a degradação mental do ser humano.
"É bem possível que toda a humanidade esteja ficando mais estúpida desde 2015, que é o período exato em que nossas máquinas aram a ficar mais inteligentes", diz o psicólogo, que esteve no Brasil esta semana.
O Estadão participou de um encontro com o pesquisador em São Paulo. Em tom alarmista, Haidt defendeu a importância - e urgência - de manter as crianças ao ar livre e longe das telas.
'Não coloque um computador na mesa dos estudantes' 3x4rt
"Quanto mais tecnologia educacional você usar, menos as crianças vão conseguir fazer, por causa da distração. Não coloque um computador na mesa dos estudantes", recomendou Haidt, citando um estudo da Unesco sobre o assunto.
"Em dois anos, a IA transformará a vida dos nossos filhos, temos de agir já." Para ele, a solução é bastante simples e barata.
"Invista dinheiro em melhores playgrounds em todas as escolas do Brasil e deixe esses espaços abertos para brincadeira livre, sem supervisão, sem apitos."
Durante o encontro, ele elogiou o Brasil por se tornar "uma referência" no banimento de celulares nas escolas, mas diz que é preciso avançar numa legislação que também proíba as redes sociais para menores de 16 anos.
Professor da Universidade de Nova York, o pesquisador conta que já precisa fazer adaptações nas aulas porque seus alunos não conseguem mais ler textos e livros indicados nos cursos.
"Eu abro um livro, leio uma frase, fico entediado e vou para o TikTok, porque o TikTok está sempre lá e é instantâneo, você não precisa fazer , você pode ver vídeos e é sempre mais interessante do que o professor", conta, referindo-se a conversas que tem com seus alunos.
Paquerar cara a cara 2l2v3h
Haidt, que também já escreveu sobre os impactos da superproteção dos pais na geração atual, defendeu a volta da infância independente, com mais tempo de recreio nas escolas e crianças brincando na rua.
Falou ainda da importância dos jovens "se frustrarem, terem conversas difíceis, aprenderem a paquerar cara a cara". E se esforçou para que ninguém esqueça um de seus mantras: "protegemos demais nossos filhos no mundo real e os desprotegemos online".
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