Script = https://s1.trrsf.com/update-1748548509/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Cupertino discursa por 2 horas no júri e menciona Bolsonaro e Lula l4c4q

2 jun 2025 - 10h11
Compartilhar
Exibir comentários

No julgamento em que foi condenado a 98 anos de prisão, Paulo Cupertino Matias falou por mais de duas horas ininterruptas. Ignorou as tentativas da defesa de conduzir o interrogatório e afirmou, em meio ao discurso, que costuma se expressar como Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pois assim como eles, ele também fala o que sente e pensa. A fala ocorreu na última quinta-feira (29), no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. 6317k

Paulo Cupertino durante seu interrogatório
Paulo Cupertino durante seu interrogatório
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Durante o interrogatório, o réu se levantou, encarou os promotores e chegou a ser advertido pelo juiz Antonio Souza por mau comportamento. "Em momento nenhum eu quis fazer desse plenário um circo", disse, olhando para o magistrado. A gravação do julgamento, feita com autorização do próprio acusado, mostra o momento em que ele também se volta à plateia e aos jurados.

O que levou Cupertino a falar tanto? 2r6em

O réu contrariou as próprias advogadas ao insistir em conduzir seu discurso sozinho. "Doutora, isso é um desabafo. Não tem linha do tempo", disse ele à defensora Mirian Souza, que tentou interrompê-lo. Além de se declarar inocente, Cupertino alegou que não conhecia as vítimas. "Eu não matei o Rafael, eu não matei a família", afirmou.

O crime ocorreu em 2019. O ator Rafael Miguel e os pais dele, Mirian e João Miguel, foram mortos a tiros. Segundo a acusação, o motivo foi a oposição do réu ao relacionamento da filha, Isabela Tibcherani, com o ator. Cupertino fugiu após o crime e foi preso em 2022. "Eu não teria motivo para matar eles [...] Seria o maior privilégio da minha vida ter conhecido o Rafael", declarou.

As câmeras de segurança registraram a fuga. Durante o julgamento, ele criticou a investigação e chamou a polícia de "incompetente". "Fui preso a dois quilômetros do local onde aconteciam os fatos, não teve reação nenhuma", disse.

Na tentativa de desqualificar os relatos de Isabela e da ex-mulher, Vanessa Tibcherani, que prestaram depoimento sem a presença dele, Cupertino afirmou: "Ela não presenciou isso. 'Ah, eu ouvi os disparos.' Como é que ela ouviu se ela estava no quarto?".

Entre uma declaração e outra, o réu disse que as duas armas que possuía estavam legalizadas, mas que não as levava no dia do crime. "Mostra para mim a filmagem que eu estava com a arma na mão. Mostra para mim eu atirando no Rafael", desafiou.

Num tom emocional, lamentou que a filha tenha retirado seu sobrenome: "Cupertino é o meu sobrenome, e é um sobrenome que eu trago com muito orgulho". Em outro trecho, referiu-se a ela como "iludida" e "aliciada psicologicamente".

Na parte final do julgamento, o réu olhou para os familiares das vítimas e declarou: "Eu não tenho que pedir perdão, tá? Porque não carrego isso no meu coração". Em seguida, criticou os promotores Thiago Marin, Rogério Zagallo e o assistente de acusação Fernando Viggiano, chamando-os de parciais.

"Se acontecer de vocês me condenarem (...), não vem com cadeia de 20 anos, 30 anos, não, que eu não quero. Tem que ser chapoletada, porque é um triplo homicídio", concluiu, dirigindo-se aos jurados pouco antes de ser condenado.

Perfil Brasil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade