Polícia investiga morte de bebê que morreu com traumatismo craniano em Guarujá; padrasto está desaparecido 6y536n
Henry Lucca Prudêncio Barbosa morreu em 31 de janeiro e família busca por respostas a cerca da investigação do caso 4h562
Há quase quatro meses, a família de Henry Lucca Prudêncio Barbosa, de 2 anos, busca por respostas que levem a entender o que causou sua morte por traumatismo craniano, em Guarujá, no litoral de São Paulo. O menino estava sob os cuidados do padrasto, que desapareceu no dia seguinte à sua partida, quando supostamente teve uma queda e desmaiou. 17654n
Ao Terra, a mãe da criança, a autônoma Natalya Karyna, de 30 anos, afirmou que busca por justiça e disse acreditar que o homem está envolvido no caso, já que desde o dia do falecimento do filho, não teve mais contato com o companheiro.
Outro ponto que faz a mãe desconfiar é que o laudo necroscópico apontou como causa da morte broncoaspiração em consequência de uma hemorragia após traumatismo cranioencefálico.
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O pesadelo dela começou no dia 25 de janeiro. Ela saiu de casa para trabalhar e o padrasto pediu para ficar com Henry. “Ele [padrasto] tinha perdido o tio. Ele falou que não precisava levar para a babá, que ele ficaria com o menino. E me deixou ir trabalhar”, relembra.
Por volta das 11h, Natalya recebeu uma ligação do homem dizendo que o filho estava desacordado. Ela desligou o telefone e foi até o posto policial da Vila Zilda, para onde a criança foi levada e, ao chegar, se deparou com os policiais militares o reanimando.
“Depois eu fiquei sabendo que quem levou meu filho não foi ele. Ele ficou em casa, desceu as escadas e meu filho já estava desacordado. Ele pediu ajuda na rua, minha vizinha viu, arrancou meu filho do colo dele e o levou”, esclarece.
O menino foi levado em seguida para o Hospital Santo Amaro, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até o dia 31, quando faleceu.
Desaparecimento 4b1b1b
A versão apresentada pelo padrasto a Natalya e registrada pelo irmão dela na delegacia é de que o menino teria tomado a mamadeira e, enquanto estava deitado na cama do casal, pediu um danone, mas o derrubou no chão. Em seguida, o homem teria saído do cômodo para pegar um pano, e quando voltou, a criança estava caída no chão, já desacordado.
No entanto, com o desaparecimento do companheiro no dia 1º de fevereiro, ela ou a contestar o que ele havia relatado. Ela explica que foi com o rapaz até o Instituto Médico Legal (IML) de Santos, onde o corpo seria liberado e pegaria o laudo preliminar da causa da morte, mas enquanto aguardavam, ele sugeriu de irem até a padaria tomar um café.
Em dado momento, ele disse que atenderia ao telefonema da mãe dele e não voltou mais. “Ele demorou uns quinze minutos e, nesse tempo, tomei meu café, liguei pra ele vir pagar a conta. Ele até falou para eu esperar porque ia comer alguma coisa também. ‘Calma aí, guarda o lugar que eu já tô entrando’. Mas isso foi o tempo dele sumir”, explica.
Natalya esperou mais um tempo e ligou novamente, foi quando o companheiro disse que havia sido autuado por agentes do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e que mandaria um carro de aplicativo para que a esposa chegasse até ele. O veículo nunca chegou e a mãe de Henry não conseguiu mais contato com o homem.
Ela soube que sequer houve uma abordagem do Baep e também descobriu que ele havia feito transações bancárias em sua conta. “Quando eu fui vendo, ele já tinha ado R$ 20, R$50, R$ 40 e R$ 90. Ele tava ando os PIX. Foi o tempo dele fugir. E daí nunca mais foi visto, nunca mais tive notícias”, destaca.
Acredita que filho foi agredido 5x1n24
Ela relembra que enquanto estava no hospital, via o padrasto da criança muito agoniado. Ele chegou a dizer que a família dela viria contra ele. “Eu perguntei se ele tinha culpa de alguma coisa, olhando no olho dele. Ele falou que não, que não tinha feito nada, que estava cuidando dele quando ocorreu a queda”.
“Ele começou a falar um monte de coisa. ‘Eu não sei se ele bateu aqui o peito, porque na hora que eu peguei ele tava meio vermelhinho, ‘não sei ele bateu a cabeça na quina da cama’. Mas a minha cama era baixinha, sabe? Uma queda para dar traumatismo, se bateu no chão, você vai escutar o barulho. Eu só tinha um quarto, era só um quarto com banheiro, que era suíte, uma cozinha e uma área. Então, era um grudado com o outro. Então, não tinha como”, complementa Natalya.
O homem também se mostrou preocupado com o resultado do laudo necroscópico. A autônoma esclarece ainda que o homem nunca foi violento com o menino, por isso, aceitou deixar o filho com ele ao ir trabalhar. Agora, ela quer saber o que aconteceu com o filho.
“As pessoas falam que ele fez isso [desaparecer] por medo. Se eu tô fazendo isso, divulgando, não é pra mim levar vantagem de nada. É por justiça pelo meu filho”, afirma.
Em nota à reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso é investigado pelo 1º Distrito Policial do Guarujá e que a equipe da unidade continua com as diligências para localizar o padrasto da criança e ouvi-lo sobre os fatos.
"Até o momento, não foi solicitado mandado de prisão, pois ainda não há elementos suficientes que indiquem a autoria do crime. Os trabalhos seguem em andamento para esclarecer todas as circunstâncias da ocorrência. Demais detalhes serão preservados por envolver menor de idade", finaliza a nota.