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Casamento homoafetivo pode mesmo ser proibido? Entenda PL aprovado na Comissão da Câmara 4u1h4v

Especialistas explicam que, se for aprovado, o projeto de lei pode ser declarado inconstitucional pelo Supremo 1w4u2f

10 out 2023 - 20h59
(atualizado em 11/10/2023 às 09h26)
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Especialistas afirmam que, se aprovado, projeto de lei que proíbe casamento homoafetivo tem grandes chances de ser declarado inconstitucional
Especialistas afirmam que, se aprovado, projeto de lei que proíbe casamento homoafetivo tem grandes chances de ser declarado inconstitucional
Foto: iStock/Valerii Evlakhov

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 10, um projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo biológico. A proposta ará por outras comissões antes de ir ao plenário da Casa. Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que, se aprovado, o projeto tem grandes chances de ser declarado inconstitucional e não afetará os casamentos já realizados. 3e5f40

Quando começou a tramitar, em 2007, o projeto de lei nº 580, proposto pelo então deputado Clodovil Hernandes, pretendia regularizar o casamento entre pessoas LGBTQIA+. No entanto, ao longo da tramitação ele foi sendo juntado com outros projetos sobre o mesmo assunto através de uma ferramenta chamada apensamento. Com ela, as propostas não apenas andam juntas como também ficam sujeitas ao mesmo encaminhamento: o que for decidido por uma, vale para todas.

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O que a Comissão fez nesta terça-feira foi aprovar um parecer que decidiu o destino do projeto de Clodovil e dos oito projetos apensados ao dele. Todos foram rejeitados, com exceção de um, de 2009, proposto pelo ex-deputado Capitão Assumção (PSB-CE), que proíbe o casamento homoafetivo. O regimento da Câmara permite a junção de projetos que tratem do mesmo assunto, mesmo que eles sugiram encaminhamentos opostos para uma mesma questão. É o caso do PL nº 580.

Agora, o projeto de lei a a tramitar na Câmara com um teor oposto ao da proposta original. Além de colocar proibir expressamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo biológico, o texto também proíbe que decisões judiciais flexibilizem essa regra. Estão previstas no trâmite do PL a agem por mais duas comissões: Constituição e Justiça e de Cidadania e Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial. A duas podem mudar novamente o teor do projeto.

Hoje, no Brasil, o casamento homoafetivo não está legalizado e nem previsto em lei, mas acontece graças a um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2011, que entendeu que ele é constitucional e uniformizou os julgados de todo o País sobre o assunto. A partir desse julgamento, aos pouco cartórios foram regularizando istrativamente o casamento homoafetivo, que hoje pode ser celebrado em qualquer serventia de registro civil.

Pessoas LGBTQIA+ terão seus casamentos anulados? 3b1f2b

Não. Quem já estiver casado não perde o direito. Dandara Marques Piani, especialista em planejamento patrimonial sucessório do Briganti Advogados, explica que a Constituição protege "o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada", além de ter, nos seus artigos, o princípio da vedação ao retrocesso.

Por outro lado, o PL nº 580 não tem, até o momento, qualquer artigo que pretenda anular casamentos já realizados.

O Supremo pode declarar esse PL inconstitucional? 1g1ov

Pode. Mas, para isso, o projeto de lei precisa ser aprovado em todas as suas etapas - comissões da Câmara, plenário da Câmara, comissões do Senado, plenário do Senado e sanção presidencial - e ser levado ao STF por meio de uma ação declaratória de inconstitucionalidade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode também vetar o projeto e impedir que ele se torne lei.

O julgamento do STF de 2011 serve como régua para dizer que o PL nº 580 é inconstitucional? 5h5pk

Serve, mas uma declaração de inconstitucionalidade da lei que eventualmente vier do PL nº 580 precisa vir de um novo processo judicial. "Os embasamento jurídicos poderão ser os mesmos utilizados no julgamento de 2011?, explica Dandara Piani.

Paulo Carneiro, advogado especialista em Direitos Humanos e Constitucional, do escritório Carneiro, Vicente e Colli, aponta que o STF também pode trazer novos argumentos ou até mudar o seu entendimento, declarando constitucional um projeto de lei que proíba o casamento homoafetivo. Na avaliação dele, contudo, essa mudança de entendimento é pouco provável.

O Supremo pode interromper o trâmite desse projeto na Câmara? 1e5o1f

Não. Na legislação brasileira, não existe controle prévio de constitucionalidade. "O STF não pode impedir a criação ou votação de um projeto. Projetos absurdos podem e constantemente viram lei", explica Carneiro. Propostas legislativas inconstitucionais e ilegais podem ser discutidas dentro do Legislativo.

Estadão
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