Cobiçado por gigantes da Europa, atacante brasileiro conquista os turcos, revela papo com Alex e sonha com Seleção 561g32
Rômulo, de 23 anos, foi um dos destaques do futebol da Turquia nesta temporada 4eo43
Rômulo, atacante brasileiro de 23 anos, se destaca no futebol turco pelo Göztepe, atrai interesse de gigantes europeus, sonha com a Seleção e já contou com conselhos de Alex sobre sua adaptação no país.
Quando deu os primeiros chutes nas quadras de futsal de Marialva, no interior do Paraná, Rômulo mal poderia imaginar que conquistaria o carinho de um país apaixonado por futebol no leste europeu: a Turquia. u193p
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Parece roteiro de filme, mas foi o que aconteceu com o atacante de 23 anos. O garoto que iniciou a carreira nas categorias de base do Maringá e se profissionalizou pelo Athletico-PR virou çingene [cigano, em tradução livre] para os moradores de Esmirna --cidade do sudoeste turco-- e despertou o interesse de times de toda a Europa graças aos seus gols e assistências decisivas na última temporada com a camisa do Göztepe.
“No primeiro jogo, quando cheguei, escutei algumas coisas. A gente jogou fora de casa e escutei um pessoal gritando: ‘çingene’. Tinha acabado de chegar, não estava entendendo nada. Nos dois jogos seguintes, gritaram de novo. Aí, falei: ‘acho que isso é para mim’. Conversei com o tradutor e ele me explicou que é um jeito carinhoso que chama os estrangeiros que eles têm um carinho”, conta o atacante ao relembrar o apelido em conversa com o Terra.
Rômulo correspondeu de cara a alta expectativa dos torcedores que chegaram ao ponto de o apelidarem já nas primeiras partidas. Ainda na temporada de estreia, marcou cinco gols e deu três assistências em 13 jogos, ajudando a equipe a conquistar o o à primeira divisão nacional.
Já em meio aos gigantes turcos em sua segunda temporada no país, o desempenho foi ainda melhor: 17 bolas na rede e 10 assistências em 33 partidas. Nem mesmo equipes como Galatasaray, Fenerbahçe e Besiktas escaparam do brasileiro, que tem um gol como preferido.
“Contra o Galatasaray, mesmo com a derrota [por 2 a 1], foi um gol especial para mim, porque minha família veio para cá ar o final de ano comigo e estavam presentes lá quando eu fiz o gol. Esse foi um gol que me marcou bastante pela presença deles. Essa é a primeira partida que eles viram minha fora do País”, relata o atleta paranaense.
Apesar de o estilo de jogo bastante físico predominar na maioria das equipes, Rômulo não é o único craque no Campeonato Turco. Alguns nomes conhecidos do mundo do futebol até surpreenderam o brasileiro ao longo da temporada.
“O [Victor] Osimhen é uma máquina incrível. [Álvaro] Morata também me surpreendeu bastante. Você vendo eles dentro de campo é diferente, você consegue ver coisas que pela TV acaba não vendo, um toque diferente, até um toque para o lado diferente. Também tem o [Edin] Dzeko, eu sou um grande fã também, me surpreendeu bastante. Aqui é recheado de craques, a qualidade é alta”, afirma o destaque do Göztepe.
Sonhos dentro de campo e futuro 704m72
Todo esse roteiro de filme do sucesso de Rômulo na Turquia chamou a atenção de times de toda a Europa. De acordo com jornais locais, Roma, Monaco, Anderlecht, Ajax e o próprio Galatasaray miram a contratação do atacante brasileiro. Ainda sem qualquer definição sobre os próximos os da carreira, o camisa 79 pensa em desfilar seu futebol nos principais palcos do Velho Continente.
“É o sonho do atleta profissional. Jogar uma Champions, uma Europa League, jogar nas top 5 principais ligas do mundo. Esse é o meu sonho, mas eu ainda não sei o que vai acontecer. Eu espero que a decisão que a gente tomar seja boa para mim e para o Göztepe, que é um time que eu respeito muito e eles me deram a oportunidade de acreditar em mim. Não sei a decisão que eu vou tomar ainda, sendo bem sincero. Se for para ficar aqui, se for para sair, tem que ser boa para os dois lados”, explica.
Outro sonho que Rômulo espera realizar é o de vestir a camisa da Seleção Brasileira. Com a chegada de Carlo Ancelotti à Granja Comary, ele quer manter as boas atuações para, quem sabe, ser lembrado pelo italiano.
“O meu maior sonho é disputar uma partida com a camisa da Seleção Brasileira. Não só disputar, ganhar algum título, uma Copa do Mundo, uma Copa América com a Seleção. Acredito que na Turquia a visibilidade ainda é um pouco abaixo das outras ligas, mas acho que se continuar fazendo gols, jogando bem, com certeza ele [Ancelotti] vai estar olhando. Trabalho para isso. Mas acredito que, sim, facilita um pouco, porque ele já entende o futebol europeu, ele tem um olhar diferenciado. É um vencedor, um dos maiores técnicos que já tivemos no mundo. Então, acredito que facilita um pouco, sim”, continua o atacante.
Caso Rômulo vista a amarelinha no futuro, é bom o brasileiro saber como o atacante gosta de jogar. Com 1,93 m de altura, a preferência, claro, está em ser o homem de referência na área ou uma espécie de segundo atacante.
Em outro caso, o camisa 79 também pode jogar aberto na ponta, desde que atue jogando para dentro. No ataque, o único lugar em que não se sente bem é fixado no lado do campo, sem a liberdade de entrar para o meio.
Adaptação e vida na Turquia 3g1j5h
A história de Rômulo na Turquia começou por empréstimo do Athletico ao Göztepe. Nesse primeiro momento, o brasileiro contou com um apoio de peso para dar confiança na chegada ao novo país: o de Alex.
Embora tenha sido revelado pelo Coritiba --maior rival do Athletico--, o ex-meio-campista é uma referência no futebol turco e, para muitos, considerado o maior jogador que ou por lá. Com toda essa moral, o hoje técnico conversou com o jovem atacante sobre a mudança.
“Ele me mandou uma mensagem desejando boa sorte, falando que eu estava vindo para um país incrível, que eu ia gostar bastante. Falou até da questão da torcida, a gente teve esse contato”, revela.
Rômulo, porém, brinca que a influência de Alex entre os brasileiros na Turquia tem o ponto positivo e o negativo. Se por um lado o carinho é maior, por outro a pressão aumenta igualmente.
Após a mensagem de Alex, Rômulo teve a adaptação facilitada por outro fator: a convivência com os brasileiros do Göztepe. Quando desembarcou no país, havia apenas Héliton como compatriota. Atualmente, já são em seis brasileiros no elenco, quase meio time, como brinca o ex-Athletico. Além dos dois ‘pioneiros’, há Djalma Silva, ex-Bahia, Juan, ex-São Paulo, Victor Hugo, ex-Flamengo,e Emersonn, outro ex-Athletico.
Com a resenha brasileira e a comunicação em inglês com outros jogadores, um dos poucos problemas fica a ida aos restaurantes, onde Rômulo usa da criatividade para conversar com os garçons. “Só às vezes nos restaurantes que tem que usar um pouco de mímica para se virar, porque tem algumas pessoas que acabam não entendendo inglês e eu não entendo o turco. Aí, tenho que me virar um pouco na mímica, mas acredito que foi bem tranquilo [a adaptação], eles são um pessoal bem receptivo, sabem tentar ajudar ao máximo”, completa.