F1: Por quê toda esta atenção com as asas flexíveis? 4d1j6c
O barulho em torno das asas flexíveis na F1 aparece não é de hoje e a FIA aumenta o cerco a partir do GP da Espanha. Mas por quê? 36v6d
Desde o início da temporada, o assunto "asas flexíveis" acaba por ter um espaço importante no noticiário da F1. Não é algo necessariamente novo, mas sempre aparece e de alguns anos para cá, volta e meia aparece. Faz parte da função dos técnicos das equipes buscarem malabarismos para achar as brechas das regras e dos reguladores montarem mais barreiras. E a vida segue assim. 72502l
O mais novo capítulo desta história vem este fim de semana no GP da Espanha, quando a FIA introduz regras mais rígidas quanto a flexibilidade das asas dianteiras. Isso já foi bem explicado aqui no Parabólica quando foi anunciada esta modificação nas regras e a última foi aqui.
Embora se discuta bastante o fato da FIA aumentar a rigidez dos testes (até há um artigo interessante sobre o assunto no site da entidade), pouco se fala o motivo do porquê da busca da restrição à flexibilidade das asas...
Pelo regulamento técnico da F1, com exceção do DRS, nenhuma parte aerodinâmica do carro pode ser móvel, devendo ser totalmente rígido. Porém, mais à frente, a regra define que algumas partes, por conta da velocidade e da quantidade de pressão aerodinamica gerada, podem ter algum tipo de flexibilidade.
Esta ação ocorre até mesmo por segurança. Dadas as altas forças físicas envolvidas, uma rigidez total a a ser perigosa, até mesmo por conta da resistência natural dos materiais utilizados. O carro de F1 usa majoritariamente fibra de carbono, que nada mais é do que um fio, que gera uma espéice de tecido. Junto com outras resinas como o kevlar e colocado a diversas temperaturas em autoclaves, acaba fazendo um componente de alta performance, grande resistência e baixo peso.
O foco das equipes é encontrar a melhor forma de compor estas fibras, criando uma flexão dentro das normas, sem causar grande penalidade no peso. Principalmente flexionando quando está na pista, a altas velocidades, de maneira que fica dificil fazer uma medição efetiva quando o carro está em movimento. Tanto que a FIA nos ultimos tempos colocou câmeras de alta definição e uma série de adesivos para ter referencias com o carro na pista. (para o Mini DRS em Baku 2024 não adiantou muito...).
A grande sacada das asas flexíveis é reduzir o arrasto (resistencia ao ar) e gerar mais apoio aerodinamico a medida que a velocidade aumente. Com a velocidade maior, a quantidade de ar aumenta e, se a asa cede, prende mais o carro no chão. Este principio se aplica às asas dianteiras e traseiras. Quando a velocidade reduz, a asa volta à sua posição original e cria mais resistência. Essa movimentação toda é que as equipes buscam e aumenta a janela de desempenho.
Este video de comparação das asas traseiras de Red Bull na Espanha 2021 e McLaren em Baku 2024 dão a noção de como funciona o processo.
Basicamente, é isso que a FIA quer restringir. Em outros pontos da história da F1, vimos situações como asas móveis criarem situações graves de segurança. E se aplica até hoje, pois os times vão buscando novas soluções e pode se chegar a um ponto perigoso. Pode se imaginar o estrago que poderia acontecer se uma asas quebra em alta velocidade...Por outro lado, mostra a engenhosidade das pessoas que trabalham na F1, que estudam formas de melhorar o desempenho, gerando mais velocidade ou tirando pressão aerodinamica sabe-se lá de onde.
Atualmente, todos os times trabalham com algum nivel de flexibilidade de asas. Muitos dedos apontam para a McLaren, mas as informações que chegam é que o time já usoa asas modificadas desde Imola para atender aos novos requisitos. Red Bull e Mercedes já trabalham com este tipo de conceito a várias temporadas e a Ferrari parece atrás de seus concorrentes neste campo. Tanto que, quando trouxe sua primeira "asa flexível" digna do conceito no ano ado, o carro deu um salto de desempenho.
Muitos dão conta que o campeonato terá um novo início na Espanha. Acredito que não deve haver uma mudança grande na dinâmica de forças da F1 hoje. Mas vai ser importante para definir a velocidade das atualizações para o resto da temporada e o foco em 2026. Estamos entrando em uma fase em que o conceito básico do carro do próximo ano está muito próximo de ser definido e qualquer modificação do carro atual ficaria pronta para Silverstone na melhor das hipóteses.
A ver.