Suspensão da Voe não foi uma punição ao acidente de Vinhedo, diz Anac 4q734
A agência encontrou uma "real perda da capacidade do sistema de gestão de segurança da empresa" durante fiscalização em fevereiro deste ano 1e4a16
A suspensão da Voe não foi uma punição ao acidente em Vinhedo, mas sim resultado de falhas na gestão de segurança detectadas pela Anac, enquanto a empresa enfrenta dificuldades financeiras e está em recuperação judicial.
A suspensão das operações da Voe não ocorreu como uma punição ao acidente aéreo ocorrido em Vinhedo (SP), disse o diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Roberto José Silveira Honorato. Ele falou em audiência na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 7. lk4s
Segundo Honorato, logo após o acidente -- que matou 62 pessoas, no ano ado--, a Anac estabeleceu uma operação assistida na companhia. Técnicos e pilotos da agência permaneceram no dia a dia daempresa, acompanhando a rotina de voos. Na ocasião, a Anac deixou uma série de recomendações à Voe, que, de imediato, as cumpriu.
Porém, meses depois, em fevereiro deste ano, a Anac retornou para uma segunda etapa da operação e, dessa vez, encontrou uma "real perda da capacidade do sistema de gestão de segurança da empresa".
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"Além disso, aquelas medidas que tinham sido colocadas na primeira rodada, de redução de frotas de aeronaves não estavam em vigência em sua totalidade. Era necessário, era esperado que elas estivessem sendo mantidas. E, por esse cenário, a gente não está falando de uma causa pontual, a gente não está falando aqui de que essa decisão da Anac foi por conta do acidente, nem como uma punição a um acidente", defendeu Honorato.
Os deputados demonstraram preocupação com o impacto econômico da suspensão da Voe para o país. Para Honorato, no entanto, o mercado já conseguiu se adaptar e suprir a demanda deixada pelos voos operados pela Voe.
Após o acidente, a companhia reduziu sua operação de 1.800 voos mensais para 1.100, todos comercializados pela Latam. A empresa conseguiu repor os voos e atender aos ageiros que seriam afetados pela suspensão. Ainda assim, o diretor da Anac ressalta que uma companhia aérea a menos é sempre negativo.
O representante da agência também afirmou que não há previsão para que a Voe volte a operar. A companhia precisa atender a uma série de medidas da agência regulatória para ser autorizada a voar novamente.
No mês ado, a Voe demitiu parte do seu quadro de funcionários, incluindo funcionários da tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Em nota, a companhia afirmou que as demissões fazem parte da "nova realidade da empresa" após a suspensão das operações.
Além disso, no mesmo mês, a Voe entrou com um pedido de recuperação judicial, citando uma dívida total de R$ 429 milhões. A empresa disse ainda que a Latam era a principal responsável por sua crise financeira.