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Série argentina ‘Cilada’ mostra como uma falsa acusação de crime sexual pode destruir a vida de um homem  654716

O jornalismo sensacionalista capaz de ar por cima de tudo e todos em busca de audiência é uma realidade na TV brasileira 4s1o1k

31 mar 2025 - 10h14
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Primeiro acusar; depois, talvez, provar. Assim age a jornalista Ema Garay (Soledad Villamil, do ganhador do Oscar ‘O Segredo dos Seus Olhos’). Ela ganha contornos de heroína contemporânea na minissérie ‘Cilada’, da Netflix. Mas não tem nada de magnânima.  2x523n

Apresentadora de um programa sobre crimes na internet, flerta com o sensacionalismo. a por cima da ética profissional ao expor pessoas que não foram submetidas a um tribunal, agindo como juíza. 

Esse comportamento arrogante faz mais uma vítima: Leo Mercer (Alberto Ammann), com quem se envolveu brevemente e que cai numa armadilha: a a ser acusado de predador sexual de adolescentes. 

Tomada por arrogância, Ema não dá a ele a presunção de inocência tampouco a chance de se explicar. Está mais preocupada em praticar o seu jornalismo peculiar e conquistar audiência. Acaba sendo testemunha ocular de um atentado contra Leo, alvo do pai de uma vítima de abuso sexual. 

Baseada no livro de Harlan Coben, ‘Cilada’ termina deixando em aberto se o homem injustiçado morreu ou não, mas, acima disso, está a destruição de sua reputação a partir de uma acusação apressada e da ânsia do povo em fazer justiça com as próprias mãos. 

Impossível não lembrar de casos de linchamento de inocentes no Brasil e das absolvições no STF de homens que ficaram anos na cadeia por crimes que não cometeram.

Leo Mercer, o injustiçado em 'Cilada': a presunção de inocência não vale nada em alguns casos
Leo Mercer, o injustiçado em 'Cilada': a presunção de inocência não vale nada em alguns casos
Foto: Reprodução

A grande lição a se tirar do roteiro da série é o perigo representado pelo jornalismo inconsequente explorando a desgraça alheia. Em nome de décimos a mais no Ibope, vidas já foram destruídas aos olhos dos telespectadores – estes, aliás, têm parcela de responsabilidade por garantir a sobrevivência de tais programas. 

Precursores do tribunal da internet, onde a superexposição e o cancelamento produzem traumas e até mortes, alguns programas do gênero na TV e seus âncoras receberam merecida punição da Justiça por apresentar suspeitos como culpados. 

Em 6 episódios, ‘Cilada’ é um tanto cansativa. Faz malabarismos no roteiro para juntar as pontas soltas da trama. As revelações não são surpreendentes. No fim, Ema Garay sente na própria pele o efeito colateral de invadir a privacidade dos outros e se mostra menos corajosa do que demonstrava para realizar o jornalismo escandaloso com o qual fez sua fama. 

A jornalista justiceira Ema Garay representa a irresponsabilidade de quem primeiro acusa para depois buscar provas
A jornalista justiceira Ema Garay representa a irresponsabilidade de quem primeiro acusa para depois buscar provas
Foto: Reprodução
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