Script = https://s1.trrsf.com/update-1748548509/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Shirley Manson dá voz à resistência no novo álbum do Garbage 1d293s

Aos 57 anos, a vocalista escocesa enfrenta a era das redes, do conservadorismo e do etarismo com atitude, coragem e novas canções afiadas 146qg

2 jun 2025 - 12h23
Compartilhar
Exibir comentários
Shirley Manson, vocalista da banda Garbage
Shirley Manson, vocalista da banda Garbage
Foto: Jim Dyson/Getty Images / Rolling Stone Brasil

Aos 57 anos, Shirley Manson continua sendo uma força da natureza — talvez mais potente do que nunca. Vocalista do Garbage desde os anos 90, ícone do rock alternativo e ativista declarada, ela voltou aos holofotes com a chegada do oitavo álbum de estúdio da banda, Let All That We Imagine Be The Light, lançado na última sexta, dia 30. Em entrevista à NME, Manson revelou que esse é, talvez, o disco mais emocional e politicamente carregado do grupo até agora — um reflexo direto dos tempos sombrios que vivemos. 523r

"Estamos cercados por cinismo, ódio, medo e injustiça. Mas eu não queria fazer um álbum mergulhado apenas nisso. Quis escrever algo que reconhecesse o caos, sim, mas que também oferecesse esperança", disse ela. O novo trabalho nasce da tensão entre raiva e ternura, duas emoções que se entrelaçam com frequência nas letras afiadas da artista.

Uma das faixas mais tocantes, "Little Venus", foi inspirada por uma fã trans adolescente que tirou a própria vida. A garota havia confiado a Manson parte de sua história em mensagens online, e sua morte teve um impacto profundo sobre a cantora. "Ela acreditava em mim. E quando soube do que aconteceu, senti que tinha falhado com ela. Mas entendi que precisava honrar sua memória. Escrevi essa música em sua homenagem", contou, emocionada.

Shirley Manson sempre foi uma das vozes mais sinceras — e sem filtros — do rock. E não tem intenção de amenizar seu discurso agora. Pelo contrário. Na conversa com a NME, ela criticou duramente o crescimento da extrema-direita nos EUA e no Reino Unido, o apagamento da comunidade LGBTQIA+ na cultura mainstream e o impacto destrutivo das redes sociais na saúde mental dos jovens.

A sensação de desesperança é real. Mas justamente por isso, resistir é urgente. Recusar a apatia, continuar criando, continuar falando — tudo isso é uma forma de sobrevivência".

Let All That We Imagine Be The Light também confronta de forma direta o etarismo, ainda tão presente na indústria musical. Shirley foi categórica: "As pessoas acham que mulheres mais velhas devem se calar. Que não temos mais o que dizer. Mas isso é mentira. Estou na melhor fase da minha vida. Não vou implorar pra ser ouvida — se quiserem me cancelar, que me cancelem". Segundo ela, envelhecer no showbiz ainda é um ato político.

Eu não preciso parecer sexy, não preciso dançar pro TikTok. A minha arte fala por si".

Apesar de seu lugar consolidado na história do rock, Manson continua se posicionando como uma artista inquieta — alguém que desafia o status quo e que transforma cada disco, cada show, cada entrevista, em uma extensão de seu ativismo. Ela não vê diferença entre a arte e a política: "Eu sou uma mulher, escocesa, artista, feminista. Não existe neutralidade possível nesse cenário".

Na turnê mais recente do Garbage, transformou os palcos em trincheiras de discurso — denunciando as leis anti-trans nos EUA e convocando o público à empatia. "A comunidade LGBTQIA+ está sob ataque brutal. Jovens estão morrendo. Precisamos falar disso, mesmo que incomode", afirmou.

Ao fim da entrevista, a artista resumiu o momento com clareza: "Estou velha o suficiente pra saber que tudo pode mudar da noite pro dia. E ainda assim, eu escolho acreditar que o futuro pode ser diferente. Fazer música é minha forma de manter essa chama acesa".

Com três décadas de carreira, milhões de discos vendidos e uma legião de fãs que cresceu com ela (e também novos ouvintes que se encontram em suas letras), Shirley Manson segue provando que sua voz ainda é — e sempre será — necessária.

+++ LEIA MAIS: LANÇAMENTOS DA SEMANA: 26 a 30 de maio de 2025, indicados por Rolling Stone Brasil

+++ LEIA MAIS: A manchete etarista de jornal que deixou Shirley Manson (Garbage) incomodada

+++ LEIA MAIS: O que Shirley Manson acha do L7 — e qual a opinião de Donita Sparks sobre o Garbage

Rolling Stone Brasil Rolling Stone Brasil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade