Script = https://s1.trrsf.com/update-1748548509/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Vídeo: Elenco e criadores de 'DNA do Crime' comentam realismo da série e evolução da 2ª temporada 3e667

Maeve Jinkings, Rômulo Braga, Alex Nader, Thomás Aquino, Heitor Dhalia e Manoel Rangel avaliam desenvolvimento da história e dos personagens de produção da Netflix 2361r

2 jun 2025 - 08h10
(atualizado às 08h15)
Compartilhar
Exibir comentários

6v3020

Com uma primeira temporada de sucesso lançada em 2023, DNA do Crime retorna à Netflix com episódios inéditos em 4 de junho. Em entrevista ao Estadão, os criadores e o elenco da série falaram sobre transformar crimes reais em ficção, a preparação para interpretar personagens que vivem cercados pelo crime e o fascínio do público com histórias de true crime.

Inspirada em crimes reais que aconteceram no Brasil e em outros países da América do Sul, a série se aproveita de um momento em que o true crime, gênero que explora casos da realidade, está em alta, com inúmeras séries, filmes e podcasts sendo produzidos. Esse apelo, obviamente, não ou batido pelos criadores de DNA do Crime.

"[A popularidade do true crime] mostra que a realidade é sempre mais surpreendente do que qualquer ficção, né? Tipo, a realidade sempre [supera], né? E boas ficções normalmente têm um pé no real", afirmou Heitor Dhalia, criador e roteirista da série. "Acho que, no caso específico do Brasil, [...] a criminalidade chegou num nível tão impressionante que as histórias são impressionantes."

2ª temporada de 'DNA do Crime' estreia na Netflix em 4 de junho
2ª temporada de 'DNA do Crime' estreia na Netflix em 4 de junho
Foto: Netflix/Divulgação / Estadão

"Por exemplo, essa série que trata um pouco do domínio de cidade... é uma modalidade brasileira", continuou o cineasta. "Não existe em nenhum outro país uma referência a um tipo de crime que paralisa uma cidade ou um pedaço dela. E que subjuga as forças de segurança pelo poder bélico."

Para o diretor Manoel Rangel, o mundo do crime, especialmente o crime organizado, é, naturalmente, "um território carregado de conflito, carregado de drama", cujos pormenores despertam a curiosidade no público. "[Consumir true crime] é também a possibilidade de você vivenciar uma experiência, naquele momento, de algo que você, em sua vida, não fará nunca. Por conta de um código ético, por conta de uma conduta moral e do teu lugar na sociedade. Então, acho que isso desperta uma curiosidade profunda."

'DNA do Crime' não é true crime 4w2x2x

Apesar da inspiração na realidade, DNA do Crime não é, necessariamente, uma série de true crime, mas uma versão fictícia dos acontecimentos. A escolha dos casos que vão ser adaptados — e como eles serão retratados — é resultado de uma pesquisa constante dos criadores da série e sua equipe, como relatou Dhalia.

"A pesquisa que a gente tem é ongoing [contínua]. Acontece o tempo inteiro. Eu, por exemplo, participo de alguns grupos em que se troca muita notícia policial. Então estou recebendo o tempo inteiro 'aconteceu isso', 'aconteceu aquilo'. E outro lado é que a gente vai ouvindo também histórias dos nossos consultores do crime."

Os 'consultores do crime' 4p4c5l

Como boa parte das séries policiais produzidas no mundo inteiro, DNA do Crime conta com diversos consultores que integram ou já integraram as forças policiais. O grande diferencial da série, no entanto, está na presença de ex-membros do crime organizado, hoje reformados, que fazem parte da equipe da produção.

"Isso é muito importante pra gente", disse Alex Nader, que interpreta Isaac, chefe da Quadrilha Fantasma e principal vilão da segunda temporada. "Faz muita diferença. A gente conhece pessoas que falam pra gente [...] 'Ó, aqui, nessa situação, a gente fazia assim, fazia assado'. E, dessa forma, a gente consegue fazer a série bem realista, sabe? Isso vai pra cena. Porque eles interferem [na gravação]."

Mais do que o realismo na hora das filmagens, a consultoria de pessoas com vivência no crime ajuda os atores no desenvolvimento de seus personagens, conforme explicou Thomás Aquino, intérprete do criminoso chamado de Sem Alma. "Cada um tem seus segredos, suas questões, mas o que eles puderam abordar pra gente nos enriqueceu muito enquanto atores."

"Eu não conseguiria construir esse personagem, o Sem Alma, com tantas camadas verídicas se não fosse, claro, as preparadoras [de elenco] Maria Laura e Carol, mas também essa vivência de conversa como eu estou tendo com você, de conversar numa boa, de deixar a vontade para falar alguma coisa que aconteceu, que eles queiram compartilhar, entendeu? Então isso, pra mim, é muito enriquecedor."

Elenco de DNA do Crime contou com treinamento real 3r134o

Maeve Jinkings, intérprete da policial federal Suellen, que lidera uma força-tarefa, também destacou a importância que a convivência com pessoas envolvidas neste cenário (no seu caso, policiais) tem no desenvolvimento de seu trabalho. "Eu fui conversar particularmente com mulheres. Fiquei amiga das meninas da Interpol."

"A gente tem treinamento real, com o Araújo, que é o nosso consultor, um policial da Ativa, de Elite, de São Paulo, e temos ex-policiais também no nosso elenco. Você acaba sacando umas coisas, né?", completou.

A experiência e a troca com policiais da ativa também ajudou a incluir em DNA do Crime momentos que, embora não sejam explicitados na trama, ficam evidentes na forma como as sequências de ação são filmadas, conforme pontuou Rômulo Braga, que vive o policial Benício.

"Numa das primeiras leituras de roteiro da segunda temporada, a gente falou assim, 'Gente, mas espera aí. Se na primeira temporada a equipe do Rossi [delegado vivido por Pedro Caetano] teve esse êxito, provavelmente [...] o Rossi ganhou uma verba extra e investiu em treinamento na equipe dele. Então [os personagens] vão voltar muito mais treinados'. E aí a gente fez outros processos de treinamento também, mais sofisticados do que os que a gente apresentou na primeira."

"Quando chega o momento de construir a temporada, aquilo que a gente fez na temporada anterior nos aponta o caminho da próxima", complementou Rangel. "A psicologia de cada personagem nos aponta o andamento e o que aconteceu com eles. E com isso a gente funde os eventos reais com nossos personagens, cuidando da liberdade de continuar sendo uma história ficcional."

Thomás Aquino como Sem Alma em cena de 'DNA do Crime'
Thomás Aquino como Sem Alma em cena de 'DNA do Crime'
Foto: Netflix/Divulgação / Estadão

Mesmos personagens, novas histórias 4h153

Como disse Rangel, a forma como os personagens encerraram a primeira temporada aponta o caminho que eles seguirão nos episódios seguintes. Para Suellen e Rômulo, que começam a série tendo uma relação bem conflituosa, mas desenvolvem uma parceria próxima no decorrer da trama, seu desenvolvimento era claro: reforçar a confiança construída entre eles.

"A partir dessa simbiose, você vai descobrindo, explorando a psicologia desses dois personagens, muito um em relação ao outro", afirmou Jinkings. "Estão muito juntos. Eles precisam confiar. É isso: a vida de um depende do outro."

"Eles têm uma convivência de policiais — assim como muitas vezes os atores e a equipe da série convivem mais entre si do que com a própria família —, então você vai criando uma intimidade ali. Então foi muito gostoso poder colocar isso [na série]."

A química em 'DNA do Crime' 553d5x

Braga concorda veementemente com a colega. "Nós dois como profissionais, trabalhadores do audiovisual, também temos uma química que é natural, né? Alguma coisa acontece no nosso organismo que faz a gente ter essa química de jogo, de escuta. Não sei se é escola, jeito que vê a vida... E essa manifestação de fato aparece nos personagens."

Além dos protagonistas, os vilões também am por momentos de reflexão e mudanças entre a primeira e a segunda temporada. Sem Alma, por exemplo, é preso pouco depois de saber que será pai e isso o faz vislumbrar uma vida fora da criminalidade. "A gente vê uma profundidade humana dentro desse cara, problemas reais, emoções reais", disse Aquino. "Pra segunda temporada, quando ele é preso e tenta cumprir sua pena, ele tenta, de certa maneira, dizer 'Vou focar na minha família, sou um cara família, não vai faltar nada para minha família'."

Alex Nader vive o vilão Isaac em 'DNA do Crime'
Alex Nader vive o vilão Isaac em 'DNA do Crime'
Foto: Netflix/Divulgação / Estadão

'Sair do crime nem sempre é fácil' 1e5pi

"E aí tem um papo real que existe. É pra sair? Então é pra sair do crime", seguiu ele. "Você tem que agora trabalhar, ser trabalhador normal e preservar a igreja. São códigos que existem."

Apesar dos desejos do personagem, no entanto, os acontecimentos do novo ano de DNA do Crime mostram que nem sempre essa saída é fácil. "A gente vai ver esse link da primeira [temporada]: parece que tem um limite, mas esse limite é mais do que extrapolado nessa segunda temporada."

Diferente de Sem Alma, Isaac já representa outro tipo de criminoso, aquele que quer seguir no crime e que se deleita em enriquecer por fora da lei. Segundo Nader, interpretar o vilão foi "muito divertido", muito pela possibilidade de explorar suas diferentes camadas. "Ele tem uma complexidade, é engraçado, não tem paciência com as pessoas."

"[O Isaac] vai além do cara que só está ali pelo crime. Embora ele seja muito ambicioso, essa contradição que ele acaba tendo com alguns personagens, por conta dessa impaciência dele, é muito divertida. Eu adoro. É um personagem maravilhoso. Na segunda temporada, a gente vai ter oportunidade de conhecê-lo muito melhor. Acho que o público vai gostar bastante dele."

'Quanto mais investimento, melhor' 76m6d

Com veteranos da indústria, o elenco de DNA do Crime tem visões um pouco diferentes sobre suas entradas na série. Para Nader, que já trabalhou com Dhalia na série Arcanjo Renegado, a relação com o cineasta tornou sua experiência na produção da Netflix semelhante à que teve no Globoplay. A grande diferença na nova casa é o maior orçamento disponível.

"Eu não sei falar em números, mas com certeza a produção do DNA do Crime é muito maior do que os outros projetos que eu já trabalhei. Acho que isso faz toda a diferença. Com dinheiro a gente consegue explodir um helicóptero. As grandes produções dão certo por isso. Porque tem muita coisa acontecendo, muita cena de ação, muita explosão. E isso exige investimento, né?"

"Cada projeto tem a sua particularidade", afirmou Aquino, que, em 2019, estrelou o sucesso Bacurau. "Quanto mais investimento, realmente, melhor de se propor pra vocês, espectadores, uma série incrível, uma série realista, uma série que a gente vai ficar boquiaberto".

Assim como Nader, Braga também tem sua experiência com séries policiais, já tendo estrelado Rota 66: A Polícia que Mata. Para o ator, a boa novidade trazida por DNA do Crime foi a oportunidade de interpretar "um personagem completo".

O lado humano dos personagens b42w

"A gente tem a possibilidade de mostrar várias facetas do personagem. Não é que ele não tenha uma violência dentro de si, mas ele não tem só a violência dentro de si. Não é que ele não tenha medo, mas ele também tenha coragem."

Rômulo Braga e Maeve Jinkings como Benício e Suellen em 'DNA do Crime'
Rômulo Braga e Maeve Jinkings como Benício e Suellen em 'DNA do Crime'
Foto: Netflix/Divulgação / Estadão

"Os personagens estão o tempo inteiro [mostrando] como é o ser humano", seguiu. "Em conflito, em transformação contínua e aprendizado contínuo e exposição contínua. Eu acho que tenho a possibilidade de entrar numa segunda temporada com personagens que têm a possibilidade de mostrar uma nova faceta em detrimento do contexto que eles estão vivendo, e isso é sensacional."

"Eu acho que, no começo da sua carreira, você quer trabalhar, ter experiência, ter a hora de voo", afirmou Jinkings, dizendo que a vida de ator também acarreta em negar muitos projetos.

'Nunca pensei que fosse dizer isso, mas amo atirar' 6d3158

Atualmente no ar como Cecília na novela Vale Tudo, a atriz fez seu currículo com diversos dramas, como Carvão, Aquarius, O Som ao Redor e, claro, Ainda Estou Aqui. "DNA veio no momento em que eu estava querendo explorar uma linguagem mais pop. E fazer uma personagem feminina, num gênero historicamente masculino... E, mais do que o gênero narrativo, uma instituição, uma corporação que é, também [masculina]... Bom, o mundo é dominado pelos homens."

Mudar do drama para ação também permitiu que Jinkings vivesse uma personagem ácida e mergulhasse, como ela mesma definiu, num cenário mais "lúdico". "Eu quero brincar de 'polícia ladrão', também, sabe? Eu quero explorar outras coisas, outras técnicas. Eu me vi, tecnicamente, usando o meu corpo e as minhas ferramentas, num tipo de demanda que eu não estava acostumada."

"Eu descobri que eu amo fazer cena de carro em alta velocidade. Fico pedindo para [acelerar], fico reclamando que está muito devagar. Nunca pensei que eu fosse dizer isso, [mas] amo atirar. É até estranho verbalizar isso, mas sim, gostei."

DNA do Crime 4b2d5v

Para o elenco, o fato de DNA do Crime ser inspirado em crimes reais que acontecem na América do Sul mostram um retrato da cultura latino-americana. Apropriando-se de um gênero hollywoodiano, a produção mergulha nas peculiaridades do crime brasileiro, incluindo suas origens sociais.

"A série está focada em mergulhar na psicologia dessas figuras", disse Jinkings. "[Pude] entender coisas que acontecem no nosso continente, no nosso País, que eu não tinha a mais vaga noção."

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade