7ª temporada de 'Black Mirror' surpreende: a série ainda é relevante f4n44
A sétima temporada de 'Black Mirror', lançada em abril de 2025, mantém sua relevância ao explorar o impacto da tecnologia e dilemas morais, com episódios intensos que provocam reflexões profundas.
Mesmo em um mundo onde a realidade muitas vezes parece saída de um roteiro distópico, "Black Mirror" continua sendo uma série essencial para refletirmos sobre o impacto da tecnologia e os dilemas morais do nosso tempo. A sétima temporada, lançada em abril de 2025, prova que a antologia criada por Charlie Brooker ainda tem muito a dizer — com histórias afiadas, atmosferas inquietantes e questionamentos que incomodam muito depois dos créditos finais. 6m2g34
Logo no primeiro episódio, “Common People”, a série mergulha na história de um casal que precisa se submeter a uma startup que promete a cura de um tumor no cérebro, contanto que eles estejam conectados em seus servidores, que vão aumentando de preço e oferecendo mais serviços com valores cada vez mais exorbitantes. Um episódio essencial, que nos faz pensar em como nossas vidas estão conectadas a serviços e servidores e somos cada vez mais dependentes deles. Não tem um final feliz, e não poderia ter.
Já o terceiro episódio, “Hotel Reverie”, aposta em uma narrativa mais sensorial e emocional, nos colocando na pele de uma atriz contratada para interpretar um personagem em um filme antigo e recriá-lo através de uma nova tecnologia imersiva. O episódio, com ecos de “San Junipero” (o melhor episódio da série, na terceira temporada) e do filme “Rosa Púrpura do Cairo” é um dos mais belos da série e nos coloca frente a dilemas como a nossa inserção em uma realidade diferente da nossa e as escolhas que nos são apresentadas, frente a uma tecnologia inovadora.
A sétima temporada de "Black Mirror" mostra que, mesmo quando o mundo real parece ter ultraado a ficção, ainda precisamos de histórias que nos forcem a parar, observar e questionar. A série permanece relevante não porque prevê o futuro, mas porque expõe, com brutal honestidade, as escolhas que estamos fazendo no presente.
(*) Rodrigo James é jornalista, criador de conteúdo e publica semanalmente a newsletter MALA com notícias, críticas e pensatas sobre cultura pop e entretenimento.