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Rolling Stone Brasil conversou com Rodrigo Aragão e os protagonistas do terror brasileiro que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 12 de junho 6k3s5v

12 jun 2025 - 19h05
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'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio
'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio
Foto: Divulgação/Retrato Filmes / Rolling Stone Brasil

Prédio Vazio, novo terror do cineasta capixaba Rodrigo Aragão (As Fábulas Negras), chega aos cinemas nesta quinta-feira, 12 de junho, estrelado por Gilda Nomacce (O Nó do Diabo), atriz referência no gênero no Brasil. Conhecido por sua habilidade em mesclar efeitos práticos impressionantes com uma estética singular, Aragão entrega mais uma obra que explora de forma original e visceral a cultura e os traumas sociais brasileiros. 312o6p

Na trama, acompanhamos Luna (Lorena Corrêa), uma jovem que busca pela mãe desaparecida no último dia de Carnaval em Guarapari, cidade litorânea do Espírito Santo. A investigação a leva até um antigo edifício aparentemente abandonado, mas que revela-se habitado por almas atormentadas. O clima de mistério cresce à medida que o cenário se transforma em um espaço sombrio e sufocante, onde o ado ressurge com força fantasmagórica.

Rolling Stone Brasil conversou com o diretor Rodrigo Aragão e os atores Lorena Corrêa e Caio Macedo sobre o uso de efeitos práticos, a experiência de dividir cena com Gilda Nomacce, e refletiram sobre os elementos profundamente brasileiros que permeiam o filme, desde a ambientação em Guarapari até os traumas sociais que ecoam na narrativa. Confira a seguir a entrevista completa:

Do campo para o urbano 3315y

O cinema de Rodrigo Aragão sempre esteve no campo, no mangue e no mato, em Prédio Vazio, ele parte para o urbano. Ao ser questionado sobre essa mudança, ele afirma que isso veio de uma experiência pessoal muito concreta. Ele morou durante três anos na Praia do Morro, em Guarapari, no Espírito Santo, onde prédios enormes ficam praticamente vazios na baixa temporada. "Um prédio com uma ou duas luzes acesas, achei isso um cenário incrível para um filme de terror", diz. Essa imagem do abandono urbano foi o ponto de partida para o projeto.

Homenagem a Argento 42434d

Aragão queria contar uma história que falasse sobre maternidade e, ao mesmo tempo, prestar homenagem ao mestre italiano do terror Dario Argento (Suspiria). "Na minha filmografia, eu já homenageei Sam Raimi, Peter Jackson... Queria muito homenagear o Argento, daí vem a coisa colorida, o exagero." Essa inspiração explica a estética vibrante e carregada do filme.

'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
Foto: Rolling Stone Brasil

Efeitos práticos e corpo em cena 2x2i58

Para os atores Lorena e Caio, o cinema de terror de Aragão exige entrega física e emocional intensas. A atriz revela que atuar em um filme assim despertou nela uma espécie de "criança interior". "Você se suja, pula muro, pula janela. Berrar é quase terapêutico, todos os gritos que estavam guardados saem. Foi muito bom." Para ela, a vivência no set é uma experiência visceral, que ultraa o simples ato de interpretar.

Caio complementa dizendo que sempre foi apaixonado por fantasia, mas que, ao virar ator, achava esse tipo de filme distante do Brasil. "Trabalhar com Rodrigo me mostrou que existe esse cinema aqui." Ele já havia trabalhado com o diretor em O Cemitério das Almas Perdidas, outro filme cheio de ação e efeitos especiais. Para o ator, atuar em terror é quase como ser um atleta: "Você precisa correr, gritar, ficar horas com maquiagem. Além da preparação física, tem a exigência emocional. É uma entrega total."

Improviso e criatividade no set 1b1l5m

Lorena recorda que ao ler o roteiro se perguntava como certas cenas seriam possíveis de realizar. "Tinha uma parte que falava que minha personagem teria o pincel arrancado com os dentes por um fantasma... Eu ficava: como vão fazer isso?" A resposta veio direta de Aragão, que vê os efeitos práticos como uma verdadeira "profissão de fé": "Às vezes você sabe como fazer, às vezes não. Mas você sabe que vai descobrir."

Ele relembra também um momento com o diretor Marco Dutra (As Boas Maneiras), quando precisou criar uma chuva de pedras. "Ele [Marco] perguntou: 'Você já fez chover pedra?'. Eu respondi: 'Claro que não! Mas se você acha que dá, eu vou descobrir como'." Essa postura de improviso e criatividade é uma das marcas do trabalho no filme.

'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
Foto: Rolling Stone Brasil

A experiência de contracenar com Gilda Nomacce 721g39

O diretor Rodrigo Aragão não esconde sua iração pela atriz Gilda Nomacce. "Eu sou fã dela há tempos." Ele relembra uma experiência marcante com a atriz durante a gravação de um piloto de série em São Paulo: "Uma filmagem muito rápida e muito difícil pra mim. Uma filmagem áspera, não foi uma filmagem boa." Mesmo em meio às dificuldades, Gilda se destacou como um ponto de equilíbrio: "Ela foi uma fonte de carinho, de simpatia, de sensibilidade ali no meio."

A partir daquele momento, a vontade de trabalhar com ela só aumentou: "Depois daquela diária difícil, pensei: eu quero trabalhar com essa mulher mesmo. Eu já queria antes, mas agora faço muita questão." Por isso, ao escrever o roteiro de Prédio Vazio, Aragão já tinha em mente o papel ideal para ela: "Eu queria colocar ela ou com machado ou com martelo na mão, dando cacetada."

Caio ficou impressionado com a liberdade que Gilda traz para o set: "Ela tem um compromisso com o improviso no momento. Ela conhece a personagem, mas está aberta para coisas novas acontecerem. É incrível." Lorena, fã assumida da atriz, lembra que já havia feito uma oficina com Gilda: "Ela me disse 'a gente ainda vai trabalhar juntas'. Um ano depois, aconteceu. A Gilda não é 'pouco', como costumam ensinar sobre atuação no cinema brasileiro. Ela é 'muito'. E é maravilhosa assim."

Terror que se assume como tal 6u4v1v

Nos últimos anos, o terror tem sobrevivido em cima de continuações e remakes nada originais. Aragão critica o excesso dessas fórmulas repetitivas e conta que chegou a abandonar o projeto de Prédio Vazio depois que uma tentativa de internacionalização deixou o roteiro pasteurizado. "Um produtor europeu colocou um roteirista inglês para reescrever o roteiro. Ficou tão pasteurizado que eu perdi o tesão. Quando decidi retomar, voltei quatro versões atrás para resgatar o roteiro insano, exagerado. Esse é o tipo de terror que me atrai."

Ele destaca que a indústria e às vezes o público têm receio de apostar em algo diferente. "Você vê A Freira 2, 3, 4, já sabe o que vai encontrar. O risco pode ser mais recompensador." Ele cita o filme A Substância como exemplo de ousadia: "É um filme que literalmente joga uma mangueira de sangue na plateia. Ver isso ganhando destaque no exterior é uma vitória para quem ousa."

'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
Foto: Rolling Stone Brasil

O que o filme tem de mais brasileiro? b6t2e

Como este é um terror assumidamente brasileiro, provocamos o diretor e os atores com a questão. Para Aragão, PrédioVazio é profundamente brasileiro, com uma identidade regional muito forte. Ele explica que a frustração de infância de ver filmes legais arem fora do Brasil o motivou a fazer um terror heróico e regional, que fosse empolgante e com nossa cara. "Tem a cidade, o motorista de Uber, a comida, o peixe típico de Guarapari, o jeito de falar, a rodoviária feiosa... Tudo o que eu pude trazer da minha cidade está no filme."

Caio destacou a criatividade da equipe diante dos desafios técnicos: "Acho que a capacidade que o Rodrigo e toda a equipe teve de improvisar em cima de poucos recursos é uma das coisas que mais acho surpreendente." Para ele, o uso consciente de soluções artesanais foi mais do que uma necessidade, foi uma escolha estética marcante: "Por exemplo, o céu e o mar que o Rodrigo fez... talvez seja até mais difícil fazer isso do que ir pra uma varanda e gravar uma pessoa numa cobertura real, mas ele escolheu produzir um céu de algodão e um mar de plástico."

Ele também ressaltou como esse tipo de criação causa um efeito inesperado no público: "É esse jeitinho brasileiro de lidar com o improviso que vira uma coisa genial no final." Segundo o ator, muitos comentaram sobre o "estranhamento nas imagens", provocado por efeitos visuais incomuns. "A gente está tão viciado nesse 3G superpotente, que quando vê algo simples feito de uma forma inovadora, é muito legal."

'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
'Esse exagero me atrai', revela Rodrigo Aragão, diretor do visceral Prédio Vazio (Divulgação/Retrato Filmes)
Foto: Rolling Stone Brasil

Lorena enfatizou o quanto Prédio Vazio está enraizado na cultura brasileira desde os primeiros minutos: "Acho que o filme é inteiro no mundo brasileiro. Desde o início, que é o carnaval, a festa... retrata essa coisa tropical." Para ela, há uma transição marcante entre o cotidiano e o insólito, feita a partir de elementos reconhecíveis: "No início, eles chegam, comem um peixinho na praia, tomam uma cerveja, interfonam... E aí, quando entram no prédio, é uma outra atmosfera." A atriz observa que essa virada no tom leva o público junto, porque há identificação com os códigos da vida brasileira.

Ela também destaca o cuidado visual e artesanal do filme, desde detalhes como "as cores e a carranca na frente do elevador" até o modo como a direção constrói a narrativa com poucos recursos. "Tem toda essa coisa de artista, de maracutaia, de fazer coisas incríveis do jeito que dá, de forma muito criativa." Para a atriz, esse espírito inventivo é um dos traços mais autênticos da produção: "A criatividade do brasileiro também está bem evidente."

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